domingo, 29 de agosto de 2010

[Memórias de Concurseiro] Cap. 1: A Base



Neste capítulo introdutório, farei um breve resumo da minha experiência com concursos até o fim de 2008, pois foi a partir de 2009 que comecei a estudar sério, tendo como objetivo principal me tornar servidor público.
Tenho observado que muitas pessoas desconsideram a importância de um bom conhecimento prévio em duas matérias básicas, Português e Matemática, o que pode ser o principal motivo para um sucesso mais rápido ou um fracasso total na carreira de um concurseiro.
Como são matérias opostas, podemos identificar quatro perfis:
1- bom em exatas: aquele que já dominava a Matemática desde a época do colégio e não tem dificuldades com Matemática Financeira, Estatística, Raciocínio Lógico etc.
2- bom em humanas: aquele que escreve bem e gosta de ler, tendo facilidade em matérias que exigem interpretação e concentração como os Direitos e Administração.
3- bom em ambas: soma dos perfis acima. A chance de encontrar alguém com esse perfil é extremamente remota.
4- fraco em ambas: também deveria ser difícil de encontrar, mas com o desinteresse de grande parte dos jovens pelos estudos durante o ensino médio, tem sido cada vez mais comum encontrar alguém nessa situação, tendo que "correr atrás do prejuízo".
Se você não tem o perfil 3 e começou a pensar que não vai conseguir atingir seu objetivo, não se preocupe. Eu, por exemplo, não tenho esse perfil e conheço muitos servidores com ótimos cargos na mesma situação. Em regra, as pessoas se encaixam em um dos dois primeiros perfis.
Você já deve ter imaginado que eu sou do perfil 2, já que sou formado em Letras. É verdade, mas não sou uma negação em exatas, apesar de ter certa dificuldade em matérias como Geometria, Funções etc, que não aprendi no ensino médio.
Identificar seu perfil é de suma importância até para escolher a área para qual estudar. A área jurídica favorece o pessoal de humanas. A área fiscal costuma abranger bem ambos os perfis, ou seja, ninguém sai muito na frente aqui.

Como a maioria das pessoas, sempre fiz concursos, mesmo sem estudar o bastante para passar (quando estudava...). Desconsiderando dois concursos para o CEFET e os vestibulares, meu primeiro concurso foi, salvo engano, em 2003, para técnico judiciário do TJ-RJ. Eu ainda tinha 17 anos e me preocupava em completar logo 18 para poder assumir o cargo. Nem imaginava que não tinha chance alguma de passar. Tirei xerox da apostila de um primo e tentei decorar o máximo de informação possível. Como era difícil entender a linguagem jurídica!
No ano seguinte, já na faculdade de Letras, tinha pouco tempo para estudar, o que me impediu de estudar para os concursos que tentei. Fiz provas para técnico administrativo da UFRJ, técnico judiciário do TRT-RJ, técnico de notificações do MP-RJ e talvez mais algum que eu não lembro.
Essas experiências me ajudaram a perceber que só conseguiria passar quando terminasse a faculdade. Estudando e trabalhando (dava aulas de inglês desde o segundo período) seria impossível ser concurseiro.
No fim de 2008, com o cumprimento das minhas 300 horas obrigatórias de estágio, o que garantia meu diploma de licenciatura, que se juntaria ao de bacharelado, adquirido um semestre antes, poderia finalmente virar concurseiro! Parecia que tudo conspirava a meu favor: tinha acabado de sair o edital do concurso para Oficial de Chancelaria. Este seria meu primeiro concurso pra valer. Mas esta história eu conto no próximo capítulo.
Até lá!

Diego Garcia
Auditor Fiscal da Receita Estadual do RJ
dimalkav@yahoo.com.br