quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Estrutura das Palavras

Olá pessoal!
O texto de hoje trata do tema Estrutura das Palavras,  que, apesar de ser dificilmente cobrado em provas de concurso, é a base para o assunto Formação de Palavras, este último sim muito importante para algumas bancas, como a FGV. A título de curiosidade, houve uma questão de formação de palavras nas duas últimas provas do ICMS-RJ. Nesta última, foi a questão mais difícil da prova de português.
Tratarei de Formação de Palavras no próximo post!



Estrutura das Palavras

1- Morfemas: unidades mínimas de significado (gramatical ou lexical).
Exemplo: dias (dia = morfema lexical / s = morfema gramatical)
No exemplo, dia é um morfema livre, pois pode figurar como um morfema autônomo, ou seja, forma uma palavra por conta própria. Isto não ocorre com o morfema s, chamado de morfema preso.
Os morfemas livres são representados por palavras de classes gramaticais abertas (substantivos, adjetivos, verbos e advérbios de modo), podendo ser criados novos deles. Por outro lado, os morfemas presos  pertencem a séries fechadas (artigos, pronomes, numerais, preposições, conjunções e demais advérbios), já que existem em número limitado nas diversas línguas. A esta última categoria, deve-se incluir as formas indicadoras de número, gênero, tempo, modo ou aspecto verbal.
Obs.: morfemas lexicais = lexemas / semantemas
         morfemas gramaticais = gramemas / formantes

2- Radical: base lexical (morfema lexical) das palavras de mesma origem, sendo a ele adicionados morfemas gramaticais. Em outras palavras, o radical carrega o significado básico da palavra.
Exemplos: livraria / livreiro (algo referente a livro)

3- Desinências: são responsáveis pelas flexões nominais (gênero e número) e verbais (tempo e modo; número e pessoa).
Exemplos:
candidatas ( a = desinência de gênero / s = desinência de número)
passaremos ( re = desinência modo-temporal / mos = desinência número-pessoal)

4- Afixos: são elementos que agregam significado ao radical, formando uma nova palavra (por isso são também chamados de morfemas derivacionais). Quando inseridos antes do radical são prefixos. São sufixos aqueles localizados depois do radical.
Exemplos:
refazer ( re = prefixo que indica repetição)
cantor ( or = sufixo que indica ação)

Atenção: Apesar de ainda haver divergências, os gramáticos modernos não mais consideram a flexão de grau. O principal argumento contra esta flexão seria sua não obrigatoriedade de concordância, ao contrário do que ocorre com as flexões de número e gênero.
Exemplo: Veja que garotinha linda ( “lindinha” não é necessário)
Dessa forma, devemos considerar que na palavra “garotinha” há derivação sufixal.
Portanto, a velha expressão “concordo em gênero, número e grau” é, no mínimo, um exagero certo?! Basta concordarmos em gênero e número!

5- Infixos: são vogais ou consoantes que ligam radicais, afixos e desinências, facilitando a pronúncia da palavra formada. Não são considerados morfemas.
Exemplo: cafeZinho

6- Vogal Temática e Tema: embora colocados no mesmo tópico, possuem significados diferentes, ou melhor, complementares.
A vogal temática se junta ao radical do nome ou verbo a fim de prepará-lo para receber afixos e/ou desinências.
O tema é a união do radical e da vogal temática.
As vogais temáticas são as seguintes:
- nos nomes: A, E, O.
Obs.: nomes oxítonos ou terminados em consoante não possuem vogal temática, ou seja, são atemáticos.
- nos verbos: A, E, I. (indicam, respectivamente, 1ª, 2ª e 3ª conjugações)

Atenção:  vogal temática x  desinência de gênero
As vogais A e O podem exercer ambas as funções. Por isso, é necessário saber se a palavra em questão sofre flexão de gênero. Exemplos:
- tempo: não sofre flexão ( O = vogal temática)
- calça: no caso do substantivo, não sofre flexão. Já como verbo, a vogal indica a primeira conjugação. ( A = vogal temática)
- candidato: sofre flexão de gênero ( O = desinência)
Obs.: a título de informação, alguns gramáticos classificam a vogal O de nomes masculinos como vogal temática, desconsiderando o gênero masculino, de forma que teríamos apenas a flexão feminina a partir da palavra masculina. Na minha opinião, este é mais um dos diversos equívocos cometidos pelos gramáticos tradicionais. Esta classificação costuma ser estudada em cursos de Letras, sendo bastante improvável a sua cobrança em provas de concurso.


Até a próxima!


Diego Garcia (Dimalkav)
dimalkav@yahoo.com.br





sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

ICMS-RJ 2010


Olá pessoal!
Estava sumido né?!
Mas é por uma boa causa. O concurso da Receita vem ocupando todo o meu tempo. Por isso, faz tempo que não posto algo no blog.

Uma ótima notícia é que está quase tudo pronto para o ICMS-RJ 2010. O edital pode inclusive sair neste mês. Tudo indica que teremos um início de ano bem promissor para a área fiscal, com a segunda fase da Receita e outros concursos ainda não confirmados, como o ICMS-SC, que pode ser aberto a todos os cursos superiores.

A partir do dia 20 deste mês, darei continuidade às atividades normais do blog ok?!

Alterei o cor de fundo do blog a pedidos. Realmente fica ruim para a leitura, ainda mais pra quem lê o dia todo.

Um abraço!

Diego Garcia
dimalkav@yahoo.com.br

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

[Como estudar?] Língua Portuguesa











Olá pessoal!
Iniciando hoje uma série de postagens em que indicarei diversas fontes de estudo para cada matéria. Não poderia começar com outra matéria senão língua portuguesa. Este post será dinâmico, ou seja, atualizado conforme eu tenha outras dicas ou comentários.
Então vamos lá!


É muito comum, ao estudarmos para concursos, a seguinte pergunta: Qual é o melhor material para Direito Constitucional? E para Contabilidade? E por aí vai. No caso de Língua Portuguesa, esse tipo de pergunta é incompleto. Explico: cada organizadora tem um estilo próprio de cobrança. Não quero dizer que cada banca prefere certos assuntos, apesar de que isto aconteça algumas vezes. O problema é que o mesmo assunto é cobrado de formas diferentes. Eu ainda pretendo escrever um post para cada banca, dando dicas específicas, mas enquanto isso, darei algumas orientações gerais acerca de livros, cursos etc...


Antes de começarmos, conheça seu nível!
Seu nível de conhecimento da matéria é importantíssimo para traçar uma boa estratégia.
Antigamente, as provas de Português cobravam a memorização de regras gramaticais, com pouca ênfase em interpretação. Já nos últimos tempos, a interpretação de textos passou a ter mais importância, havendo provas que não cobrassem gramática, principalmente nos Vestibulares. A consequência foi um grande desinteresse pelo estudo da gramática, fazendo com que a maioria das pessoas tenha dificuldades e diga que Português é a língua mais difícil do mundo!
Caso você não esteja incluído na maioria citada, parabéns! Seu estudo será bem mais simples, reduzido à resolução de provas anteriores da banca organizadora do seu concurso. Será preciso apenas um bom material para consulta em dúvidas pontuais.
“Mas e se eu estiver incluído na maioria?”
Calma! Vou tentar ajudá-lo!


1- Livros


Escolher um livro/autor é algo bem pessoal, mas isto é justamente o que vocês procuram, não é mesmo?! Esta é uma das partes do texto que será atualizada conforme eu tenha contato com outros materiais.


- Gramáticas


Provavelmente você deve ter uma gramática dos tempos de escola guardada. Não importa se ela for antiga, já que ao contrário do Português informal, o formal, que precisamos saber para as provas, praticamente não muda.
“Mas e a Reforma Ortográfica?”
Ah, sim! Vamos deixá-la para um outro texto. Prometo escrevê-lo em breve. Não há motivo para muita preocupação, pois ainda estamos no período de transição.
Se você não tiver uma gramática em casa e não conseguir com algum amigo ou parente, não precisa comprar uma nova. Temos materiais voltados para concursos mais indicados.


1.1 – Gramática para Concursos / Marcelo Rosenthal / Editora Campus


Este é o livro que eu sempre usei desde quando comecei a estudar para concursos. Não é tão profundo quanto uma gramática doutrinária, mas traz toda a matéria de forma resumida, sem muita enrolação.
Acredito ser suficiente para muita gente. Entretanto, algumas pessoas ainda terão dificuldade em alguns assuntos, principalmente na parte de Sintaxe. Estas pessoas precisarão de aulas, de preferência presenciais (melhor ainda se forem particulares), pois poderão tirar suas dúvidas diretamente com um professor.
Já há uma versão atualizada deste livro (setembro de 2009), trazendo comentários sobre o Acordo Ortográfico.


1.2 – Série de Provas Comentadas / Editora Ferreira


Salvo engano, há edições sobre as seguintes bancas: ESAF, FCC, CESPE, CESGRANRIO, FGV e NCE. A maior parte dos livros são do Décio Sena, e trazem várias provas com gabarito comentado. Não preciso dizer que são essenciais para conhecer o estilo da banca né?!
É claro que você pode baixar as provas de graça e estudar a banca por conta própria, mas só aconselho fazer isso se já tiver um bom nível na matéria. Além do mais, você terá explicações mais detalhadas de alguns assuntos.
Atualmente, novas bancas estão aparecendo no cenário. Nesses casos, a análise de questões anteriores deve ser feita.


Obs.: Há muitos outros livros no mercado, mas ainda não tive oportunidade de analisá-los. Por isso, não os comentarei por enquanto. Os livros já citados resolvem o problema de bibliografia.


2- Cursos


Um curso, de qualquer matéria, deve ser escolhido pelo professor. Como nunca fiz aulas presenciais de Português, minha dica é que pesquisem com colegas sobre a qualidade dos professores na sua cidade.
Os dois autores que citei na indicação bibliográfica são professores aqui no Rio de Janeiro. O Rosenthal também é professor do Canal dos Concursos.
No Ponto dos Concursos, é possível fazer o curso da professora Cláudia Koslowisk. Já no Euvoupassar, três professores (Marcelo Bernardo, Marcelo Braga e Myrson Lima) participam com artigos e aulas, mas ainda não temos um curso completo.
Todas são ótimas opções. Cabe a você utilizar aquele que melhor condiz com seu orçamento, pois os preços variam bastante.


3- Leitura


Ler é a melhor forma de preparação para provas de interpretação. Por mais que alguém não goste de ler, se quiser passar num concurso concorrido, como os da área fiscal, por exemplo, duvido que esta pessoa consiga ter êxito.
Um aviso: tomem cuidado com sites de relacionamento e fóruns de concurso. Principalmente nos primeiros, “mas” vira “mais” com uma facilidade enorme, só para citar um exemplo. Infelizmente, isso também ocorre em fóruns, onde as pessoas deviam pelo menos tentar escrever corretamente. Ainda mais agora com a moda das provas discursivas.
Uma leitura adicional (literatura e/ou jornais) também é aconselhável, para ter contato com outros estilos de escrita. Escreverei um pouco mais sobre a importância da leitura no texto sobre como estudar línguas estrangeiras.


4- Conclusão


Vocês puderam perceber que estudar Língua Portuguesa para concursos é uma questão de adaptação a cada prova com uma banca diferente. Cabe aos concurseiros se adaptarem às mudanças.
A importância da matéria é indiscutível. Além de ser a matéria mais cobrada em provas, tem recebido uma atenção cada vez maior (peso maior, aumento do número de questões etc).


Esta é apenas a versão inicial do texto. Tenho tido muito pouco tempo para me dedicar ao blog. Acredito que esta situação mude no início do ano que vem. Dessa forma, atualizarei o texto com diversas informações adicionais.
Sintam-se à vontade para comentarem sobre professores e livros que conhecem ok?!


Por enquanto, é isso!


Um abraço!
Diego Garcia (Dimalkav)
dimalkav@yahoo.com.br










sábado, 26 de setembro de 2009

Simulado 2 FGV – Questões Comentadas

Fala aew galera!
Vamos aos comentários das questões do último simulado.

Comentário Geral: bem pessoal, todos que se prepararam para o último ICMS-RJ tiveram uma surpresa ao começarem a fazer a prova, já que houve muitas mudanças em relação ao estilo tradicional da FGV. Não tivemos questões tidas como obrigatórias em qualquer prova da referida banca. Esta mudança se deu em virtude da alteração da banca de Língua Portuguesa.
Dessa forma, tentei, neste simulado, colocar questões do novo estilo, mas sem deixar assuntos tradicionais de fora, já que não temos garantia alguma de que os examinadores sejam mantidos.
Considero o nível deste simulado médio, porém com muitas pegadinhas! Acho que todas as questões tinham no mínimo uma casca de banana. É o que veremos a seguir:

Questão 01 – Marque a opção incorreta, em relação à estruturação e ao desenvolvimento do texto:

a) A alteração do título, transformando-o em uma afirmação, ou seja, retirando-se o ponto de interrogação, mudaria o foco temporal da análise feita pelo autor.
b) O pensamento de Monteiro Lobato é usado na introdução do texto como argumento a ser combatido, no restante do texto, assim como ocorreu na época da ditadura.
c) Tanto o título quanto o desenvolvimento do texto apontam para uma dificuldade na discussão do tema proposto, embora tenha havido certo avanço em relação ao passado, quando não havia nem mesmo a possibilidade de debater o assunto.
d) Apesar de ser um texto da Secretaria da Fazenda do Estado do RJ, o texto não se restringe a abordar o tema de forma local, fazendo referências, inclusive, a outros países que têm dificuldades similares.
e) A conclusão do texto mostra que as autoridades do Estado do RJ consideram injusta a nova regra relativa ao pré-sal.

Comentário: Esta questão, em situação de prova, deveria ser deixada de lado num primeiro momento, pois é necessária a leitura de todo o texto (algo que levaria preciosos minutos da P1). Por outro lado, é uma questão extremamente fácil, principalmente para quem tem certa dificuldade em gramática. Dependendo do seu caso, esta questão seria importantíssima!
O item incorreto se encontra na opção B, pois o pensamento de Monteiro Lobato é defendido pelo autor. A relação com a ditadura está correta. Naquela época, este tipo de pensamento não era tolerado pelo governo ditador.


Questão 02 – Especificamente em relação às comparações feitas entre o Brasil e os países estrangeiros, marque a opção correta:

a) A situação brasileira é comparada a de de países como Noruega, Rússia, Angola, Japão, de forma a dar exemplos de ações que devam ser tomadas pelo Governo.
b) A autoconfiança do governo russo, juntamente com o sucesso nas transações com a Sibéria, mostram a vantagem do modelo de partilha.
c) O modelo adotado na Noruega, tendo semelhanças e diferenças, deve ser tido como exemplo mais por estas do que aquelas.
d) O autor se posiciona a favor da ANP adotar o mesmo sistema utilizado pelos governos americanos e sauditas, a fim de reforçar o pacto federativo.
e) Apenas com a implantação das novas regras será possível fazer contratos com países asiáticos e africanos.

Comentário: Acredito que esta questão tenha sido mais simples do que a primeira, por focar em uma parte específica do texto. A mera leitura do texto já eliminaria a opção A, por exemplo. Uma forma de confundí-los foi utilizar elementos anafóricos, pois na pressa de resolver a questão, é comum fazermos relações erradas.
Segue o parágrafo que confirma a resposta da questão:
“É importante esclarecer certas coisas: na Noruega, o petróleo novo é administrado por uma agência igualzinha à ANP. A muito falada companhia Petoro foi criada para administrar campos originalmente da Statoil, logo antes desta ser privatizada, em 2001. Ela resulta desse desmembramento da estatal, anterior à privatização. Ou seja, o movimento lá foi o contrário do que se propõe aqui, que é pegar as reservas da União e dar uma parte para uma companhia aberta cuja maioria do capital é negociado na bolsa (a Petrobras).”
A redação da opção C não ficou boa, mas o fiz de propósito, já que isto, algumas vezes, é a regra, quando deveria ser a exceção. Creio que muitos não marcariam esta a esta alternativa na hora da prova por terem tido dificuldade em entendê-la.


Questão 03 – “Basta um decreto do presidente para ajustar as participações especiais para 70%, ou qualquer outro valor.” (linha 53)
Indique a opção em que a palavra ou expressão não tem a mesma função do sintagma sublinhado.

a) “Como o dinheiro é fungível, os bilhões de reais formalmente de direito da ANP, ao serem economizados, permitem à União financiar aposentadorias no Maranhão, Amapá ou Mato Grosso”
b) “Reforçar a ANP - que, pela lei atual, tem como saber tudo que a empresa exploradora faz, parece bem mais seguro.”
c) “Quando se conjuga a partilha com a "unitização" já prevista, cria-se enorme insegurança jurídica em relação aos campos já licitados.”
d) “É importante esclarecer certas coisas: na Noruega, o petróleo novo é administrado por uma agência igualzinha à ANP.”
e) “Até agora, não existe explicação oficial de por que a "partilha" seria melhor do que o marco atual das "participações especiais".”

Comentário: Primeiramente, devemos classificar o sintagma sublinhado no enunciado. Esqueci de sublinhar “do presidente”. Dessa forma, o sujeito do verbo “bastar” ficou incompleto. Seria mais fácil se eu apenas pegasse os núcleos...
Devemos, então, procurar a opção que não nos apresenta um sujeito. Na opção B, temos um objeto direto. Esta é a resposta!
Percebam que era mais difícil classificar a expressão do enunciado. Uma pessoa desatenta poderia pensar que “um decreto do presidente” seria objeto direto por estar localizado após o verbo.
Na opção A, a conjunção “como” poderia ser confundida com o verbo “comer” numa leitura apressada, sem atenção ao contexto.
Na opção C, temos voz passiva. Caso contrário, “a partilha” seria objeto direto do verbo conjugar. Este tipo de construção já foi abordado no tópico de dicas para o ICMS-SP. Pretendo, em breve, escrever algo mais completo sobre a partícula “se” ok?!
Na opção D, “esclarecer certas coisas” é oração subordinada substantiva subjetiva.
Na opção E, tudo que foi sublinhado é sujeito do verbo “existir”.


Questão 04 – “Até agora, não existe explicação oficial de por que a "partilha" seria melhor do que o marco atual das "participações especiais".” (Linhas 15-16)
A opção em que a palavra sublinhada completa a frase corretamente é:

a) Estudarei durante a semana da prova _________ minha memória é muito fraca.
b) A banca não justificou o __________ das anulações.
c) Não fará a prova ___________?
d) Estes são os livros ___________ estudei para o último concurso.
e) ___________ achava que não passaria, nem foi fazer a prova.

Comentário: coloquei esta questão por um motivo especial. Muita gente anda achando que não pode cair ortografia por causa do novo acordo ortográfico. Cabe ressaltar que não foram todos os assuntos de ortografia que sofreram alterações. Este é um que as bancas gostam de cobrar, pois poucas pessoas sabem todas as regras dos “porquês”.

a) Estudarei durante a semana da prova porque minha memória é muito fraca.
Sem problemas aqui, creio eu. Este é o “porquê” que mais usamos: conjunção subordinativa causal. Deve ser grafado junto com acento, com exceção de frase interrompida, quando utilizamos acento.

b) A banca não justificou o porquê das anulações.
O porquê = o motivo. Basta substituir! Sempre que for substantivo, deve ser escrito junto e com acento.

c) Não fará a prova por quê?
Primeiramente, pergunta = separado.
Início ou meio da frase = sem acento
Final da frase = com acento

d) Estes são os livros por que estudei para o último concurso.
Este é um caso incomum tanto no português informal quanto no formal. Sempre preferimos usar “pelos quais” né?!
Então é só lembrar: sempre que o “que” for pronome relativo, devemos separá-lo da preposição “por”.

e) Porque achava que não passaria, nem foi fazer a prova.
Mesmo caso da opção A. Eu apenas inverti a ordem natural da oração.


Questão 05 – “A muito falada companhia Petoro foi criada para administrar campos originalmente da Statoil, logo antes desta ser privatizada, em 2001. Ela resulta desse desmembramento da estatal, anterior à privatização.”
A opção em que o sinal indicativo de crase foi usado de maneira correta é:

a) Reluto à vida inteira em comprar livros pela Internet com medo de não recebê-los.
b) Minha tia comprou um belo presente à Pedro.
c) À medida que usei no meu foi diferente da que usei no seu.
d) O candidato se referia à questões passadas.
e) Às vezes, acabamos errando questões fáceis por puro nervosismo.

Comentário: como foram poucos os casos de crase no texto, tive que criar as alternativas...
As alternativas A e B foram propositalmente escritas de maneira errada. Quem reluta, reluta em fazer algo. Quem compra algo, compra para alguém (no sentido da frase).
A alternativa C era uma pegadinha! A locução “à medida que” leva crase, mas este não é o caso. “A medida” é sujeito do verbo “foi”. Não há preposição, portanto.
Na alternativa D, apesar do verbo “referir-se” pedir preposição, não temos artigo, pois a substantivo “questões” está no plural.
A alternativa E é a resposta. “Às vezes” é uma expressão feminina. É interessante observar que sem crase, teríamos um sintagma nominal (um sujeito, no caso). Obviamente, a frase não teria sentido, mas é bom ficarem atentos, pois principalmente quando não há ambiguidade, a tendência é esquecermos a crase.

Questão 06 – Marque a opção em que a palavra “que” sublinhada exerça função diversa daquela exercida nas demais alternativas:

a) Por que o governo entrar no ramo de vender petróleo é melhor do que ele ficar no ramo de recolher tributos? (Linhas 16-17)
b) Então, vale a pena ventilar questões que não têm cunho bairrista e interessam a todos. (Linha 10)
c) Elas têm a ver com entender se há razão para rejeitar o atual marco regulatório- sob o qual a Petrobras teve extraordinário sucesso, inclusive fortalecendo sua posição em relação às companhias estrangeiras que preferiram, em sua maioria, formar consórcios com ela, mesmo sem serem obrigadas. (Linhas 11-14)
d) Dos BRICs, a Rússia é o que está em pior situação, apesar da enorme autoconfiança do governo há dois ou três anos. (Linhas 23-25)
e) O dinheiro que vai para a União fica em um "fundo soberano", formando o superávit primário e depois financeiro do governo federal. (Linhas 62-64)

Comentário: a função da palavra “que” é a de pronome relativo nas opções B, C, D e E. Apenas na opção A, resposta da questão, temos uma conjunção.
Apenas como comentário adicional, recomendo o estudo das diferentes funções desta palavra, principalmente nas orações adjetivas, tema muito cobrado atualmente. Neste caso específico, apesar de não haver mudança na função sintática, a simples inserção de uma vírgula altera todo o sentido da oração.
Todas as orações da questão são restritivas, já que não estão isoladas por vírgulas.


Questão 07 – “Haverá quem diga que há países em que a partilha funciona e que as companhias estrangeiras virão, qualquer que seja o marco regulatório. Pode ser, mas não é claro que o modelo da Rússia tenha sido tão vantajoso para o povo russo, apesar das majors terem aceito a barganha com os grandes campos da Sibéria.”
Este trecho, retirado do texto, apresenta um erro gramatical. Indique a opção em que o trecho foi reescrito da maneira correta.

Comentário: farei as devidas correções diretamente nas alternativas.

a) Há (a mudança de tempo verbal traria alteração de sentido) quem diga que há países em que a partilha funciona e que as companhias estrangeiras virão, qualquer que seja o marco regulatório. Pode ser, porém não é claro que o modelo da Rússia tenha sido tão vantajoso para o povo russo, apesar das (de as) majors terem aceito a barganha com os grandes campos da Sibéria.


b) Haverá quem diga que existem países em que a partilha funciona e que, (esta vírgula faz uma interrupção indevida no texto) as companhias estrangeiras verão, qualquer que seja o marco regulatório. Pode ser, mas não é claro que o modelo da Rússia tenha sido tão vantajoso para o povo russo, apesar das (de as) majors terem aceito a barganha com os grandes campos da Sibéria.
c) Haverão (o verbo haver não vai para o plural neste caso) quem diga que há países em que a partilha funciona e que as companhias estrangeiras virão, qualquer que seja o marco regulatório. Pode ser, mas não é claro que o modelo da Rússia tenha sido tão vantajoso para o povo russo, apesar de as majors terem aceito a barganha com os grandes campos da Sibéria.
d) Haverá quem digam ( o verbo deve concordar com “quem”) que há países nos quais a partilha funciona e que as companhias estrangeiras virão, qualquer que seja o marco regulatório. Pode ser, mas não é claro que, (esta vírgula faz uma interrupção indevida no texto) o modelo da Rússia tenha sido tão vantajoso para o povo russo, apesar das (de as) majors terem aceito a barganha com os grandes campos da Sibéria.
e) Haverá quem diga que existem países nos quais a partilha funciona e que as companhias estrangeiras virão, qualquer que seja o marco regulatório. Pode ser, porém não é claro que o modelo da Rússia tenha sido tão vantajoso para o povo russo, apesar de as majors terem aceito a barganha com os grandes campos da Sibéria.

Comentário complementar: o erro identificado no texto original diz respeito ao uso indevido da contração da preposição “de” + o artigo definido “as”. É proibido utilizar este processo quando o artigo se refere ao sujeito da frase.
Em vez de cobrar a regra de forma direta, apenas fiz com que perdessem tempo lendo as longas alternativas.
As questões de pontuação da FGV costumam seguir este padrão. Portanto, atenção e paciência! Normalmente é um ponto fácil de ser obtido.


Questão 08 – Indique a opção em que o termo sublinhado não exerce função de adjunto adnominal ou complemento nominal:
a) Ambos são formas do governo capturar parte do excedente do petróleo, depois de deduzidos os custos de produção.
b) O governo já teve experiências como vendedor de commodities - a mais notável sendo o Instituto Brasileiro do Café (IBC), criado para proteger os produtores de café.
c) Além disso, o Estado do Rio de Janeiro vê com preocupação propostas que acirrem ânimos dentro da Federação - até porque ele sempre foi pela concórdia e paz, e tende a dar mais do que recebe da União ou dos seus irmãos da Federação.
d) Mas, no caso da partilha é como se o governo pegasse uma percentagem dos sacos de soja do plantador de Goiás e fosse vender por conta própria (como o IBC fazia, especulando com o café nos mercados europeus).
e) Basta um decreto do presidente para ajustar as participações especiais para 70%, ou qualquer outro valor.

Comentário: como temos um artigo inteiro sobre a diferença entre complemento nominal e adjunto adnominal e este não é o objetivo da questão, vou limitar os comentários às alternativas C e D.
Nunca vi este tipo de questão em prova, mas não custa ficarmos atentos a este caso especial, que não é complemento nominal, muito menos adjunto adnominal.
Para quem não conhece a regra, é impossível acertar a questão, pois vão justamente eliminar as letras C e D de cara, pois aparentemente apresentam o mesmo tipo de expressão.
A regra é a seguinte: quando o termo preposicionado for o nome oficial daquele a que se refere, teremos um tipo especial de aposto. É o que acontece na opção C, resposta da questão.
Já na opção D, percebemos que “Goiás” não é o nome oficial do plantador certo?! Temos assim um adjunto adnominal.
Interessante foi encontrar ambos os exemplos no próprio texto. Muito cuidado com esta regra ok?!

Questão 09 – “Nesse cenário, o governo pode exigir que um campo já licitado, vizinho a uma área virgem do pré-sal, seja tratado pela nova regra. E, assim, forçar o atual concessionário a aceitar a nova regra sobre o conjunto "unitizado", ou devolver a concessão. Esse risco não estimula o investimento dos concessionários.” (Linhas 57-60)
As palavras sublinhadas têm função, respectivamente:

a) anafórica e dêitica
b) dêitica e dêitica
c) catafórica e anafórica
d) anafórica e anafórica
e) dêitica e catafórica

Comentário: ambas as palavras se referem a ideias apresentadas anteriormente pelo autor, de forma que exercem função anafórica.
Lembrando que já escrevi um texto sobre essas funções aqui no blog. Quem tiver dúvida é só dar uma conferida no artigo.


Espero que as questões sejam úteis na preparação de vocês!
Se tiverem alguma dúvida, postem na área de comentários e tentarei saná-las ok?!
Um abraço!


Diego Garcia (Dimalkav)
dimalkav@yahoo.com.br








sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Simulado 2 FGV

Olá pessoal!
Depois de pouco mais de um mês de inatividade no blog, voltaremos a um ritmo mais frequente de postagens.
Com o fim da correria frente à iminência das provas para os fiscos do RJ e SP, poderei escrever um pouco sobre outras bancas, como a ESAF e o CESPE.
Neste retorno, disponibilizo a parte de português do primeiro simulado para o próximo concurso do ICMS-RJ, com previsão para ser realizado no início de 2010. O simulado foi elaborado por participantes do Fórum Concurseiros e pode ser encontrado na sala referente ao ICMS-RJ do fórum. Quero deixar claro que as questões são inéditas, de minha autoria, e apesar de várias revisões, podem contar algum deslize.
O texto foi retirado do site da Secretaria da Fazenda do RJ e trata de um tema bem atual, de interesse de qualquer futuro fiscal.
Espero que gostem!
Ah, como sempre, gostaria de saber a opinião de vocês quanto ao nível das questões, assim como as dúvidas que tiverem durante a resolução das questões. Usem a parte de comentários para este fim.
No domingo, o gabarito será disponibilizado juntamente com os comentários de cada questão.
O simulado começa logo abaixo:
Atenção: a indicação de linhas foi substituída pela de parágrafos por conta da formatação do blog.

Simulado – Língua Portuguesa ICMS-RJ

Pré-Sal, ame-o ou deixe-o?
31/08/2009

Por Joaquim Levy

Parágrafo 1
Monteiro Lobato sofreu muito durante a ditadura Vargas porque queria explorar petróleo. O governo não queria. Nem o chefe da polícia, Filinto Muller. Lobato acabou passando um tempo preso e o marco regulatório mudado no sentido contrário ao que ele propunha. Anos depois, na volta de Vargas, os ventos mudaram, a Petrobras foi criada e Lobato, já morto, semicanonizado pela propaganda oficial.
Parágrafo 2
Essa história mostra que discutir petróleo é complicado. Felizmente, hoje o ambiente é diferente e se pode discutir as propostas do governo - mesmo que seja difícil conhecê-las. Não há clima para impor uma visão unilateral, como nos tempos dos militares, quando as coisas eram na base do "ame-o ou deixe-o".
Parágrafo 3
Então, vale a pena ventilar questões que não têm cunho bairrista e interessam a todos. Elas têm a ver com entender se há razão para rejeitar o atual marco regulatório- sob o qual a Petrobras teve extraordinário sucesso, inclusive fortalecendo sua posição em relação às companhias estrangeiras que preferiram, em sua maioria, formar consórcios com ela, mesmo sem serem obrigadas.
Parágrafo 4
Até agora, não existe explicação oficial de por que a "partilha" seria melhor do que o marco atual das "participações especiais". Por que o governo entrar no ramo de vender petróleo é melhor do que ele ficar no ramo de recolher tributos? O governo já teve experiências como vendedor de commodities - a mais notável sendo o Instituto Brasileiro do Café (IBC), criado para proteger os produtores de café.
Parágrafo 5
Haverá quem diga que há países em que a partilha funciona e que as companhias estrangeiras virão, qualquer que seja o marco regulatório. Pode ser, mas não é claro que o modelo da Rússia tenha sido tão vantajoso para o povo russo, apesar das majors terem aceito a barganha com os grandes campos da Sibéria. Dos BRICs, a Rússia é o que está em pior situação, apesar da enorme autoconfiança do governo há dois ou três anos. O Brasil, com seu modelozinho tradicional de banco central independente, metas fiscais e câmbio flexível não se saiu mal, comparativamente.
Parágrafo 6
É importante esclarecer certas coisas: na Noruega, o petróleo novo é administrado por uma agência igualzinha à ANP. A muito falada companhia Petoro foi criada para administrar campos originalmente da Statoil, logo antes desta ser privatizada, em 2001. Ela resulta desse desmembramento da estatal, anterior à privatização. Ou seja, o movimento lá foi o contrário do que se propõe aqui, que é pegar as reservas da União e dar uma parte para uma companhia aberta cuja maioria do capital é negociado na bolsa (a Petrobras).
Parágrafo 7
Os problemas de informação do modelo atual continuarão com a partilha. Ambos são formas do governo capturar parte do excedente do petróleo, depois de deduzidos os custos de produção. É uma espécie de imposto de renda. Mas, no caso da partilha é como se o governo pegasse uma percentagem dos sacos de soja do plantador de Goiás e fosse vender por conta própria (como o IBC fazia, especulando com o café nos mercados europeus).
Parágrafo 8
O problema de saber se a empresa exploradora está deduzindo custos injustificados continuará. Apenas, a empresa converterá os custos em barris (a que preços?) e depois dirá quantos vai "repartir". Qual a lógica disso? Imitar americanos e sauditas? Reforçar a ANP - que, pela lei atual, tem como saber tudo que a empresa exploradora faz, parece bem mais seguro.
Parágrafo 9
Claro que se a "Petrosal" for dona do petróleo, ela pode fazer contratos de longo prazo com outros países. Mas, a Petrobras acabou de fazer isso com a China, contra um empréstimo de US$ 10 bilhões. Aliás, o Brasil há anos faz algo parecido com Angola.
Parágrafo 10
A lei atual não é frouxa: ela tem cláusulas para impedir a exportação do petróleo em situações que criem risco ao país, e o governo - por meio do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), de modular o ritmo dos leilões, ou seja, fazer maior ou menor uso das nossas reservas.
Parágrafo 11
Também já existe mecanismo para aumentar a parte do governo nas novas descobertas. Basta um decreto do presidente para ajustar as participações especiais para 70%, ou qualquer outro valor.
Parágrafo 12
A mudança do marco tem outro risco. Quando se conjuga a partilha com a "unitização" já prevista, cria-se enorme insegurança jurídica em relação aos campos já licitados. Isso nem sempre fica claro nas falas oficiais. Nesse cenário, o governo pode exigir que um campo já licitado, vizinho a uma área virgem do pré-sal, seja tratado pela nova regra. E, assim, forçar o atual concessionário a aceitar a nova regra sobre o conjunto "unitizado", ou devolver a concessão. Esse risco não estimula o investimento dos concessionários.
Parágrafo 13
Finalmente, a nova regra muda o pacto federativo de maneira traumática. Hoje toda a Federação já se beneficia do petróleo. O dinheiro que vai para a União fica em um "fundo soberano", formando o superávit primário e depois financeiro do governo federal. Esses recursos permitem ao governo gastar mais sem aumentar a dívida pública. Como o dinheiro é fungível, os bilhões de reais formalmente de direito da ANP, ao serem economizados, permitem à União financiar aposentadorias no Maranhão, Amapá ou Mato Grosso; ou a isenção do IPI na Amazônia. Assim, dizer de que só os Estados produtores se beneficiam é falso.
Parágrafo 14
Em suma, o presidente Lula já deu sobejas mostras de ser capaz de ouvir antes de tomar grandes decisões. É fundamental a sociedade conhecer, refletir e se pronunciar sobre esses temas antes de se mandar um projeto para o Congresso. Os riscos das mudanças acenadas por partes do governo federal até agora são grandes, e as vantagens obscuras. Além disso, o Estado do Rio de Janeiro vê com preocupação propostas que acirrem ânimos dentro da Federação - até porque ele sempre foi pela concórdia e paz, e tende a dar mais do que recebe da União ou dos seus irmãos da Federação.

Joaquim Levy é secretário de Fazenda do Rio de Janeiro.
Fonte: http://www.fazenda.rj.gov.br/ (texto do dia 31/08/09)





Questão 01 – Marque a opção incorreta, em relação à estruturação e ao desenvolvimento do texto:



a) A alteração do título, transformando-o em uma afirmação, ou seja, retirando-se o ponto de interrogação, mudaria o foco temporal da análise feita pelo autor.
b) O pensamento de Monteiro Lobato é usado na introdução do texto como argumento a ser combatido, no restante do texto, assim como ocorreu na época da ditadura.
c) Tanto o título quanto o desenvolvimento do texto apontam para uma dificuldade na discussão do tema proposto, embora tenha havido certo avanço em relação ao passado, quando não havia nem mesmo a possibilidade de debater o assunto.
d) Apesar de ser um texto da Secretaria da Fazenda do Estado do RJ, o texto não se restringe a abordar o tema de forma local, fazendo referências, inclusive, a outros países que têm dificuldades similares.
e) A conclusão do texto mostra que as autoridades do Estado do RJ consideram injusta a nova regra relativa ao pré-sal.



Questão 02 – Especificamente em relação às comparações feitas entre o Brasil e os países estrangeiros, marque a opção correta:



a) A situação brasileira é comparada a de de países como Noruega, Rússia, Angola, Japão, de forma a dar exemplos de ações que devam ser tomadas pelo Governo.
b) A autoconfiança do governo russo, juntamente com o sucesso nas transações com a Sibéria, mostram a ventagem do modelo de partilha.
c) O modelo adotado na Noruega, tendo semelhanças e diferenças, deve ser tido como exemplo mais por estas do que aquelas.
d) O autor se posiciona a favor da ANP adotar o mesmo sistema utilizado pelos governos americanos e sauditas, a fim de reforçar o pacto federativo.
e) Apenas com a implantação das novas regras será possível fazer contratos com países asiáticos e africanos.



Questão 03 – “Basta um decreto do presidente para ajustar as participações especiais para 70%, ou qualquer outro valor.” (Parágrafo 11)
Indique a opção em que a palavra ou expressão não tem a mesma função do sintagma sublinhado.



a) “Como o dinheiro é fungível, os bilhões de reais formalmente de direito da ANP, ao serem economizados, permitem à União financiar aposentadorias no Maranhão, Amapá ou Mato Grosso”
b) “Reforçar a ANP - que, pela lei atual, tem como saber tudo que a empresa exploradora faz, parece bem mais seguro.”
c) “Quando se conjuga a partilha com a "unitização" já prevista, cria-se enorme insegurança jurídica em relação aos campos já licitados.”
d) “É importante esclarecer certas coisas: na Noruega, o petróleo novo é administrado por uma agência igualzinha à ANP.”
e) “Até agora, não existe explicação oficial de por que a "partilha" seria melhor do que o marco atual das "participações especiais".”


Obs.: questão atualizada em 26/09/09 (a expressão "do presidente" não estava sublinhada")



Questão 04 – “Até agora, não existe explicação oficial de por que a "partilha" seria melhor do que o marco atual das "participações especiais".” (Parágrafo 4)
A opção em que a palavra sublinhada completa a frase corretamente é:



a) Estudarei durante a semana da prova _________ minha memória é muito fraca.
b) A banca não justificou o __________ das anulações.
c) Não fará a prova ___________?
d) Estes são os livros ___________ estudei para o último concurso.
e) ___________ achava que não passaria, nem foi fazer a prova.



Questão 05 – “A muito falada companhia Petoro foi criada para administrar campos originalmente da Statoil, logo antes desta ser privatizada, em 2001. Ela resulta desse desmembramento da estatal, anterior à privatização.”
A opção em que o sinal indicativo de crase foi usado de maneira correta é:



a) Reluto à vida inteira em comprar livros pela Internet com medo de não recebê-los.
b) Minha tia comprou um belo presente à Pedro.
c) À medida que usei no meu foi diferente da que usei no seu.
d) O candidato se referia à questões passadas.
e) Às vezes, acabamos errando questões fáceis por puro nervosismo.



Questão 06 – Marque a opção em que a palavra “que” sublinhada exerça função diversa daquela exercida nas demais alternativas:



a) Por que o governo entrar no ramo de vender petróleo é melhor do que ele ficar no ramo de recolher tributos? (Parágrafo 4)
b) Então, vale a pena ventilar questões que não têm cunho bairrista e interessam a todos. (Parágrafo 3)
c) Elas têm a ver com entender se há razão para rejeitar o atual marco regulatório- sob o qual a Petrobras teve extraordinário sucesso, inclusive fortalecendo sua posição em relação às companhias estrangeiras que preferiram, em sua maioria, formar consórcios com ela, mesmo sem serem obrigadas. (Parágrafo 3)
d) Dos BRICs, a Rússia é o que está em pior situação, apesar da enorme autoconfiança do governo há dois ou três anos. (Parágrafo 5)
e) O dinheiro que vai para a União fica em um "fundo soberano", formando o superávit primário e depois financeiro do governo federal. (Parágrafo 13)



Questão 07 – “Haverá quem diga que há países em que a partilha funciona e que as companhias estrangeiras virão, qualquer que seja o marco regulatório. Pode ser, mas não é claro que o modelo da Rússia tenha sido tão vantajoso para o povo russo, apesar das majors terem aceito a barganha com os grandes campos da Sibéria.”
Este trecho, retirado do texto, apresenta um erro gramatical. Indique a opção em que o trecho foi reescrito da maneira correta.



a) Há quem diga que há países em que a partilha funciona e que as companhias estrangeiras virão, qualquer que seja o marco regulatório. Pode ser, porém não é claro que o modelo da Rússia tenha sido tão vantajoso para o povo russo, apesar das majors terem aceito a barganha com os grandes campos da Sibéria.

b) Haverá quem diga que existem países em que a partilha funciona e que, as companhias estrangeiras verão, qualquer que seja o marco regulatório. Pode ser, mas não é claro que o modelo da Rússia tenha sido tão vantajoso para o povo russo, apesar das majors terem aceito a barganha com os grandes campos da Sibéria.
c) Haverão quem diga que há países em que a partilha funciona e que as companhias estrangeiras virão, qualquer que seja o marco regulatório. Pode ser, mas não é claro que o modelo da Rússia tenha sido tão vantajoso para o povo russo, apesar de as majors terem aceito a barganha com os grandes campos da Sibéria.
d) Haverá quem digam que há países nos quais a partilha funciona e que as companhias estrangeiras virão, qualquer que seja o marco regulatório. Pode ser, mas não é claro que, o modelo da Rússia tenha sido tão vantajoso para o povo russo, apesar das majors terem aceito a barganha com os grandes campos da Sibéria.
e) Haverá quem diga que existem países nos quais a partilha funciona e que as companhias estrangeiras virão, qualquer que seja o marco regulatório. Pode ser, porém não é claro que o modelo da Rússia tenha sido tão vantajoso para o povo russo, apesar de as majors terem aceito a barganha com os grandes campos da Sibéria.
Questão 08 – Indique a opção em que o termo sublinhado não exerce função de adjunto adnominal ou complemento nominal:
a) Ambos são formas do governo capturar parte do excedente do petróleo, depois de deduzidos os custos de produção.
b) O governo já teve experiências como vendedor de commodities - a mais notável sendo o Instituto Brasileiro do Café (IBC), criado para proteger os produtores de café.
c) Além disso, o Estado do Rio de Janeiro vê com preocupação propostas que acirrem ânimos dentro da Federação - até porque ele sempre foi pela concórdia e paz, e tende a dar mais do que recebe da União ou dos seus irmãos da Federação.
d) Mas, no caso da partilha é como se o governo pegasse uma percentagem dos sacos de soja do plantador de Goiás e fosse vender por conta própria (como o IBC fazia, especulando com o café nos mercados europeus).
e) Basta um decreto do presidente para ajustar as participações especiais para 70%, ou qualquer outro valor.



Questão 09 – “Nesse cenário, o governo pode exigir que um campo já licitado, vizinho a uma área virgem do pré-sal, seja tratado pela nova regra. E, assim, forçar o atual concessionário a aceitar a nova regra sobre o conjunto "unitizado", ou devolver a concessão. Esse risco não estimula o investimento dos concessionários.” (Parágrafo 12) As palavras sublinhadas têm função, respectivamente:



a) anafórica e dêitica
b) dêitica e dêitica
c) catafórica e anafórica
d) anafórica e anafórica
e) dêitica e catafórica


É isso aí pessoal!
Até domingo!




Diego Garcia (Dimalkav)
dimalkav@yahoo.com.br